LISBOA – MARRAKECH

30 de Maio 2009 – 1ºdia de viagem

Pensava eu que conseguia empoleirar a tralha toda na moto. Pensava. Era meia-noite desisti e fui bater à porta do vizinho para o convencer a levantar-se de madrugada e ir comigo até à Vela Latina com a bagagem extra. Chegámos pelas 8:30h e já lá estavam muitos Amigos que se foram despedir e, claro, tomar um cafezito. Fiquei muito contente por ver tanta gente lá e mais que foram chegando. Amizade e carinho, que mais é necessário? Ainda trouxe para a Viagem uns pastelinhos de feijão que o João Calado ofereceu e um chouriço de porco preto que o Vítor Alexandre obrigou a prometer ser comido a 1.500 km de Portugal.

E lá fomos, atravessámos Portugal, atravessámos Espanha, torrámos em Sevilha e fomos sendo incinerados até Tarifa. Conseguimos chegar 20 minutos antes do barco, passámos nas calmas, pouca gente, desembarcámos em Tanger e pronto, estamos no estrangeiro.

Surpreendentemente, só demoramos cerca de 45 minutos na fronteira mas para compensar, demorámos outro tanto só para atravessar a cidade. Um caos de trânsito, muitas pessoas na rua, rotundas atafulhadas de carros e mobylettes que atravessam as rotundas como se fossem simples cruzamentos. Um entardecer movimentado.

Rumo a Assilah, a nossa primeira paragem para descansar. Já de noite, cortámos à esquerda para um acesso em terra, uma estrada perdida no interior desconhecido de Marrocos, com alguns quilómetros de subidas e descidas, buracos e valas, noite escura como breu. Depois de 670 km de estepe e sol, só mesmo de noite eu fiz isto…..



Para chegar aqui




Um pequeno Hotel de charme chamado “Meson d’Hotêl”, rústico e lindooo




Assilah - Marrakech

1 de Junho – 2º dia de Viagem

Saímos pelas 10h rumo a Marrakech. Auto-estrada todo o dia, um calor infernal, paisagens fantásticas. Sempre até ao destino de hoje. Queremos descer a Sul depressa e esta é a melhor forma. Rápido e monótono.


Chegámos a Marrakesh cerca das 5 da tarde. O Hotel é dentro da Medina, dentro da grande confusão. Para entrar foi um sarilho, por entre a multidão de pessoas, carroças, mobylettes, bicicletas. Estacionámos num largo à espera que o dono do hotel nos viesse buscar pois as motos não vão até lá. Levou-nos por ruas apertadinhas até um parque onde estacionámos as motos. Depois entrámos no labirinto, a pé com a bagagem às costas, cansados e suados, por ruelas e becos, pelo meio duma sinagoga, até ao Riad “Dar Ninbus”, uma casa apalaçada, linda.

Há uma pequena piscina (?) no pátio do Riad onde afogámos o calor do dia, acompanhados pelos pastelinhos de feijão que vieram de Portugal. Tempo para descansar, organizar coisas, escrever um pouco.

À noite fomos jantar à praça Jma-al-fna. Atravessámos a Medina toda para lá chegar. Quanto mais perto, mais gente nas ruas. As lojas ainda estão abertas, ainda se negoceia. Desembocámos na grande confusão, na praça principal de Marrakesh onde tudo acontece. Há vendedores, musica, animadores de rua, carroças onde se vende sumo de laranja, barracas de comida, turistas e locais. È o ponto de encontro da cidade. Na zona das tasquinhas de comida os empregados vêm ter connosco, cumprimentam, de mão esticada como se nos conhecessem, outros mostram-nos as ementas, chamam-nos para a mesa. É a grande festa. Sentámo-nos onde havia espaço para todos, olhámos para o menu e escolhemos um de cada. Vamos experimentar tudo. Brochetes (uma mini espetada marroquina), batatas fritas, calamares, salada, pão, beringela e pimentos grelhados, uma refeição que ficou a 10 euros por pessoa. Espremidos numa mesa encaixada na confusão, ao fundo o ruído de tambores misturava-se com o ruído de uma multidão a conversar e a passear, vivemos a noite de Marrakesh. Ao nosso lado, uma banca de fast-food marroquina estava à pinha. Sandes de ovo e batata cozida, acompanhada por chá, fazia as delícias de muitos jovens.

Já tarde, fomos de volta para o Riad, atravessámos de novo a Medina toda. Agora as lojas já fecharam, as ruas estão desertas, portas fechadas e cadeados, os turistas desapareceram, nas ruas sobra o lixo e os pedintes.

No meio daquele labirinto de ruas, para chegar ao Riad, tivemos de pedir ajuda ao GPS, no qual o Azevedo tinha gravado o track a caminho da praça. Bendita tecnologia.
Amanhã é que começa o verdadeiro percurso, amanhã parto para o desconhecido.



11 comentários:

  1. Oi Paulinha

    Que bom ter noticias. Tenho vindo aqui espreitar diáriamente e finalmente, voilá!
    Diverte-te miuda e acima de tudo cuida-te!
    beijocas

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  2. Parece que não sou o único que vem cá espreitar diariamente ;o)
    Excelente começo para a ventura que ainda vai ter muita coisa boa para contar!
    Beijinhos e vai com calma até lá abaixo.
    Paulo Mafra

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  3. Oi miga. Finalmente noticias! Todos os dias ando a espreitar a espera de novidades eheh. Diverte-te e que corra tudo bem. Beijocas.

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  4. Olááá "Paula Kota",

    O mais importante é que o mais difícil já passou...

    Que foi equilibrar a tralha toda, claro está..ehehe

    Bjokas e boa Viagem
    Jorge Baptista

    PS: Tive a falar com o vizinho da Paula que me deu a foto da "bagagem de mão" da Paula...

    http://temquemgoste.files.wordpress.com/2008/12/malas.jpg

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  5. Amiga

    Força nessa viagem e tira muitas fotos,

    um beijo

    Rui Baltazar

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  6. Cá estou Paula a seguir diariamente as tuas aventuras.
    Diverte-te e aproveita bem essa enorme experiência ... estou certo de que quando chegares vens diferente, ninguém fica na mesma depois de uma viagem dessas.
    Beijinho
    João Casaca

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  7. Oi Kotita, aproveita a descida e vem visitar-me aqui a Luanda !!!!!! Estou a torcer por ti.
    Beijos.
    Gil Alcoforado

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  8. Olá Paulinha,

    YES!!!!!! a primeira etapa está cumprida; fico feliz por ti e pelos teus companheiros. Continua em grande estilo. Beijocas e muita força!!!
    PS-A continuares assim acredito que vais mesmo ter com o Gil a Angola e ainda fazes lá um MR :)

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  9. Adorei ler estas linhas! mas foram tão poucochinhas...
    Vê lá se a próxima crónica tem mais algumas que isto lê-se num instante e depois ficamos aqui sem mais notícias e sem mais unhas para roer.
    Boa viagem e diverte-te!
    Beijokas
    Joao Calado

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  10. Continuação de Boa Viagem!

    Diverte-te e força para resistires até ao fim e deixares um marco na história feminina do motociclismo! Vais ser objecto de noticia!...Bjs Catarina

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  11. pois eu só posso dizer que não percebo nada destes blogs...já cá tinha vindo um montão de vezes e só conseguia ver o inicio da crónica organizar farmácias tralha... acerca da viagem nikles batatoides... já estava a fazer contas de cabeça! arghhhhhhh... até k hoje finalmente dei com isto aki tudo! tou tão contente por ti! se senão fosses mulher, ninguém diria que terias problemas na bagagem....hehehehehe

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